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A metodologia
Este espaço de apoio à Educação Musical foi criado no âmbito do meu mestrado: “Os alunos como músicos”.
Apesar de assumir que o maior destaque é dedicado à flauta (pelas razões que todos conhecemos) podemos aqui encontrar materiais que englobam temas para instrumentos diversos, como a guitarra, o cavaquinho, o piano, o baixo elétrico, instrumentos Orff, obviamente a VOZ, entre outros.
Na verdade, a turma que deu origem à criação deste canal (trabalho de campo) e que utilizou e ajudou a criar estes vídeos, tinha poucas flautas. Os instrumentos que utilizavam eram diversos, entre eles as guitarras; baixo elétrico; piano; violinos; flauta transversal; clarinetes e trompete em sib.
Esta breve introdução pretende explicar que esta “metodologia” foi pensada para servir de ferramenta de apoio ao ensino/aprendizagem da música no seu todo e não apenas para servir de apoio ao ensino/aprendizagem de um instrumento musical específico.
Falo em “metodologia” por ter plena consciência que os materiais mais utilizados deste espaço são os vídeos. Esses mesmos vídeos foram construídos de acordo com diferentes métodos e pedagogias e representam um “minúsculo” exemplo daquilo que aprendi em diversas teorias de aprendizagem de diferentes pedagogos, entre os quais destaco Edwin Gordon.
Antes de aprofundar os princípios (meios e fins) concretos que associo aos referidos vídeos, volto a destacar que, paralelamente aos vídeos interativos, este espaço disponibiliza um conjunto de planos de trabalho individuais e de textos de apoio que pretendem ser um contributo para alunos e professores, para que possam ir muito além do ensino/aprendizagem da flauta.
Estou constantemente a lembrar (na descrição dos vídeos) que cada aluno/professor deve ajustar estes materiais em função do seu contexto e características. Apresento dicas como, por exemplo: as linhas melódicas (partituras e notas cifradas) servem para qualquer instrumento melódico em DÓ; os acordes e cifras servem para qualquer instrumento harmónico e os gráficos rítmicos servem para qualquer tipo de percussão.
O Site está seccionado com base no repertório e no grau de dificuldade de execução dos temas. Também a este respeito (repertório) sou cauteloso (o tema daria para uma tese de doutoramento) e procuro incutir nos alunos/professores o sentido de responsabilidade na escolha/seleção do repertório a trabalhar na sala de aula.
As nossas turmas são cada vez mais heterogéneas, os contextos escolares são cada vez mais abrangentes e diversificados e por isso é necessária uma reflexão aprofundada e sem tabus sobre os temas a desenvolver. Cada aluno/professor tem a sua história e o seu perfil que dever ser respeitado independentemente de gostos e preferências mais ou menos elitistas.
Outra questão que daria azo à criação de múltiplas teses de doutoramento está relacionada com a importância da leitura e escrita musical.
Independentemente dos programas e das competências a desenvolver existe no contexto do ensino/aprendizagem da música uma multiplicidade de correntes e pedagogias que valorizam ou desvalorizam a questão da leitura e escrita musical, umas mais fundamentadas outras menos, mas todas elas têm algo em comum: para ser músico é preciso fazer música, tocar/cantar.
Apesar de ter a minha opinião formada sobre a importância (ou não) da leitura e escrita musical na formação de um músico (pretendo desenvolver esse mesmo tema a curto prazo) neste espaço procuro disponibilizar as duas vertentes: Para cada um dos vídeos (ainda em atualização) são disponibilizadas as partituras, os planos de trabalho em PDF, os ficheiros áudio, guiões, coreografias, teatros, etc…
Insisto na minha ideia inicial: este espaço não pretende ser um canal de ensino de nenhum instrumento musical específico. A título de exemplo, no ano letivo passado na Escola Almeida Garrett (escola com protocolo com a Orquestra Geração) os meus alunos da Orquestra tocavam em contexto de sala de aula com os seus instrumentos de orquestra com base nestes vídeos.
Este ano, na Escola Nuno Gonçalves, só tenho turmas de 9ºano e Secundário. Os alunos trazem os instrumentos que têm (dos clássicos ao pop rock) e eu tenho a sorte de ter na sala de aula um baixo, várias guitarras acústicas e elétricas, uma bateria e um piano digital, é com base naqueles vídeos que desenvolvemos o nosso trabalho.
Em resumo, penso que o principal objetivo/valor deste espaço está no facto dos alunos e professores terem acesso a um conjunto de ferramentas que os auxilia na aprendizagem/ensino da música como um todo. São ferramentas que estão disponíveis em permanência e devidamente adaptadas e ajustadas ao ensino.
Contrariamente ao que pode parecer à primeira vista, estes materiais não prescindem da presença de um professor/formador, pois só com a sua presença os alunos compreenderão todas as potencialidades presentes nos vídeos.
Igualmente, ao contrário do que pode parecer à primeira vista, estes vídeos não foram feitos exclusivamente para ajudar os alunos a estudarem sozinhos em casa. Uma das suas grandes potencialidades está no facto de permitir a utilização simultânea de diversos instrumentistas e vocalistas (ainda que estejam a tocar instrumentos diferentes e a fazer partes diferentes). Como se fossem naipes de orquestra os alunos podem organizar-se por grupos, facilitando o trabalho do professor e permitindo a execução instrumental/vocal conjunta. Algo imprescindível na formação de um músico!
Por fim, para além das notas, das posições dos dedos, dos gráficos, das partituras andantes, penso que outra das mais-valias destes materiais está na disponibilização de um instrumental harmónico que permite aos alunos e professores estudarem individualmente e ao seu ritmo... (...)